Portal das Jornadas
 
 

Você está em: Depoimentos

 

Depoimento de autores

 

À medida que vou envelhecendo, cada vez mais acredito nas pessoas, no poder que elas têm de transformar o mundo. Sem a vontade, a energia e a fé da Tania Rösing o maior evento literário que conheço, as Jornadas Literárias de Passo Fundo, não existiriam. Lá, no princípio (e tive a honra de estar ainda no princípio) havia uma sala de aula e uma professora entusiasmada, dinâmica e cativante que convidava jovens autores (fui um deles) para discutir leitura e literatura com seus alunos. E, daqueles encontros, da vontade da Tania, do seu amor pela arte literária, nasceram as Jornadas. Na história do mundo, na história das coisas boas, relevantes e significativas, é sempre assim: uma pessoa carrega a centelha do entusiasmo, envolve outras pessoas, convence-as da importância de servir à comunidade, e se produz o incêndio. Hoje, digo em sala de aula, e nas palestras que faço sobre literatura, que o Brasil e o mundo precisavam de trezentas Tanias. Alguém já pensou o que seriam trezentas Jornadas Literárias de Passo Fundo?

                                                                                                                 Charles Kiefer

 

As Jornadas Literárias de Passo Fundo configuraram-se já há algum tempo como horizontes para eventos literários de nosso país. Desde o início, três décadas atrás, elas vêm mobilizando escritores, docentes e críticos literários dos países de língua portuguesa. Mais do que sensibilizar o docente universitário, elas conseguiram estabelecer uma impactante ponte comunicativa entre a universidade e um público mais amplo, formado por  profissionais da área, alunos do ensino básico e médio e o público em geral interessado em cultura.

Ao desenvolver uma das funções sociais da universidade, as Jornadas são ímpares, conseguem aliar com competência, rigor acadêmico, numa de suas pontas, aos espetáculos que ensinam, na outra, próprios dos festivais de cultura. Suas programações, amplas e variadas, vão das conferências e minicursos aos debates acalorados e, mesmo, performances artísticas. E, o que me parece altamente auspicioso, em cada uma das edições, as Jornadas de Passo Fundo inovam-se mostrando sempre novas e criativas nuanças em sua programação. Na verdade, esta inclinação para a busca do novo e não da simples novidade tem marcado as Jornadas desde os primeiros tempos de sua trajetória.

                                                                                                                    Benjamin Abdala Junior

 

As Jornadas Literárias de Passo Fundo são uma festa do livro como existem poucas. Para um autor, é emocionante ter a oportunidade rara de entrar num recinto cheio de leitores dispostos a discutir sua obra. Porque esse é o diferencial das Jornadas : o público é constituído , em sua maioria, por gente que leu livros escritos pelos convidados. Desde o início, quando ainda não havia a lona do circo, e as mesas ficavam diante de um ginásio cheio de leitores que passavam o chimarrão ao longo das fileiras, até sua forma atual em que o céu é o limite (mas o mate continua compartilhado), a leitura previa é que caracteriza esse encontro. São os ônibus cheios de universitários que chegam das cidades vizinhas e precisam sair a tempo de enfrentar uma estrada de volta para casa. São as crianças que chegam animadíssimas e chilreantes como pardais. São os adolescentes entusiasmados cuja participação desmente a superficialidade dos diagnósticos pessimistas sobre a leitura no Brasil. São os leitores maduros, num diálogo inteligente e fecundo.

Tudo isso, por causa do sonho da Tania - e da sua capacidade de transformá-lo em realidade.

Que continue por muito tempo.

                                                                               Ana Maria Machado

 

Tenho acompanhado as Jornadas Nacionais de Literatura de Passo Fundo desde sua terceira edição, em 1988. E posso dizer, com a  maior honestidade intelectual e com inexcedível satisfação que, nem antes nem depois, convivendo por um quarto de século com esse tipo de promoção cultural, no Brasil e nos países do Prata, encontrei algo que se comparasse ou pudesse ser superior ao grande acontecimento literário que marca indelevelmente a vida cultural de nosso estado.

Cada Jornada, a cada ano, tem acrescentado mais à sua própria história, num crescendo que envolve o incentivo à leitura, a formação de leitores, a difusão de obras de valor literário, a premiação e o reconhecimento de grandes escritores, o debate permanente e aprofundado de grandes e fundamentais questões atinentes à literatura e à cultura.

                                                                                 Aldyr Garcia Schlee