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Depoimento de autores    

 

 —Você não imagina o que é, só vendo — disse uma amiga referindo-se à Jornada Literária de Passo Fundo. Quando chegou o convite, senti a curiosidade crescer.  Agora, sim, iria ver tudo de perto.  Era 2009, comecei a Jornadinha antes da data da viagem. Recebi alguns e-mails de crianças que comentavam sobre os meus livros, uns diziam que iriam para a Jornadinha, outros lamentavam não poder ir.

Enfim a data da viagem. Estava em Passo Fundo para a 13a Jornada Nacional de Literatura. Quantas tendas, quanta agitação, todos respirando leitura. A equipe empenhada em atender os visitantes. Por mais que tentasse imaginar, só vendo mesmo. E tive o imenso prazer de conhecer um pouco do trabalho do Mundo da Leitura, a biblioteca, os eventos ao longo do ano, os projetos-filhos dessa Jornada Literária. Valeu tanto estar nessa Jornada, me faz acreditar em coisas tão boas.

                                                                                             Lúcia Hiratsuka

 

Fui uma criança solitária que se entretinha somente com três divertimentos: livros, sonhos e...circo. Livro para mim era circo e circo para mim eram sonhos – Literatura e vida materializadas nas cores da maquiagem dos palhaços, na ousadia dos trapezistas, na habilidade dos malabaristas. Assim, minha vida só podia mesmo direcionar-se para a transformação de meus sonhos em livros, procurando que cada um deles viesse a oferecer aos meus leitores a alegria de um circo. Imagine então a minha felicidade ao encontrar tudo isso junto na Jornada Literária de Passo Fundo! Ao participar dessa festa, pude ver a literatura tratada com alegria, onde seus jovens e velhos frequentadores interagem com os autores num espaço descontraído, alegre como num circo, sob uma lona iluminada por sorrisos, gargalhadas e paixões. Ai quem me dera que todo o Brasil pudesse plagiar essa Jornada! Daí seria possível que alcançássemos um lugar chinês nas avaliações de leitura... Mas, para isso, teríamos de multiplicar por mil um Quixote gorduchinho como a Tania Rösing. Vamos tentar?

                                                                                               Pedro Bandeira

 

Participei da Jornada Literária de Passo Fundo em 2009. Recordo com carinho uma semana de encontros marcantes, calorosos, entre amigos e colegas, ilustradores e autores. Sob as tendas da Jornadinha, centenas de leitores: olhares atentos e curiosos.  O que vivenciei, em todos os dias da Jornada, foi a realização de um projeto vigoroso, que na verdade acontece ao longo do ano e reforça a cada encontro um compromisso de dedicação à leitura e literatura não só com a comunidade de Passo Fundo, mas  sim   com  todos  nós, leitores. Por acreditar e proporcionar encontros ao redor de palavras, imagens e principalmente, com o imaginário de cada um de nós é que parabenizo a todos por esses  trinta anos. E desejo vida longa a esse trabalho de dedicação ao livro! 

                                                                                                    Marilda Castanha

 

A experiência de entrar na grande tenda da Jornada Literária de Passo Fundo foi algo que não esquecerei jamais. Estou muito acostumado a falar em público para boas plateias, mas aquilo era diferente, me senti num estádio de futebol, onde as pessoas ouviam tudo o que eu dizia e torciam, riam, aplaudiam a cada pausa. Um ritmo de interação como nunca vivi como palestrante. Imaginar que estava falando de um assunto relativamente segmentado, como a nova linguagem de museus e envolver uma plateia como aquela foi uma resposta deliciosa para anos de pensamento e reflexão solitários que, de alguma forma, encontraram naqueles jovens o eco que fez minha obra fazer sentido. Aqueles dias foram memoráveis para mim e não pretendo esquecê-los jamais.

                                                                                                Marcello Dantas

 

Dar o testemunho da experiência de estar presente nas Jornadas Literárias de Passo Fundo é enfrentar um grande desafio. É tamanha a grandiosidade do evento e a grandeza humana dos organizadores que quaisquer frases a serem empregadas em nosso depoimento tornam-se banais, apenas formais e, sobretudo, impotentes para fazer jus à beleza dos meios, à nobreza dos fins e à sublime enormidade desse evento. Levar a luta pela formação e aprimoramento dos leitores brasileiros até o ponto em que Tania Rösing tem levado nessas Jornadas é fruto de ações persistentes, plenas de coerência, ações obstinadas movidas por ideais admiráveis que não cedem diante das adversidades. Só isso pode explicar o crescimento contínuo das Jornadas acolhidas na grande tenda e nas tendas circundantes em que falam as vozes da literatura para todas as idades e os mais diversos públicos. A experiência de estar lá vivenciando tal evento é memória que fica colada não apenas ao nosso pensamento, mas também ao nosso coração.

                                                                                        Lúcia Santaella

 

Tenho andado por todo o país fazendo palestras e shows, por conta da obra literária de Guilherme Fiuza, Meu nome não é Johnny, que conta a história da minha vida. Em nenhuma das minhas viagens tive a oportunidade de participar de evento tão vibrante e com tanta penetração e resultado, se tratando de captação de novos leitores, geração e manutenção do interesse pela leitura. Fazendo do evento uma grande festa de cultura e alegria o resultado é fantástico e até hoje me comunico com jovens de Passo Fundo e sinto vontade de voltar e fazer shows e debates por aí e participar novamente do evento.

Parabéns e saudades...

                                                                          João Guilherme Estrella

 

A Jornada Literária de Passo Fundo quatro dias de celebração das artes e da pesquisa em torno do livro, olha que coisa. A quantidade de público deixa boquiabertos até os palestrantes internacionais. Ao longo da Jornada, entre De A a Zigg e apresentações como autor, fui visto por mais de seis mil crianças! E o mais importante: a qualidade e o envolvimento desse público valorizando ao máximo a programação. É a  wonder-woman Tania quem coordena tudo, a mãe da Jornada. Depoimentos como o da superbibliotecária chilena Constanza Mekis, em favor da criatividade, do humor e da energia para a formação de leitores na nova sociedade (aqui), deram o tom transformador e inquieto desse encontro.

                                                                                                            Ivan Zigg  

 

Dizem que escritores são bichos estranhos. Então, um belo dia, uma universidade em Passo Fundo resolveu juntar um montão deles, armar uma enorme tenda de circo e jogá-los lá dentro, só para ver no que ia dar. Foi uma verdadeira revelação. E graças a esse experimento hoje sabemos da existência do Escritor Malabarista, que não apenas escreve, mas também canta, dança, conta piadas e hipnotiza, tudo ao mesmo tempo. Descobrimos também o Escritor Mágico, que fala pouco, pois por trás de cada palavrinha existe um truque. E o Escritor Palhaço, que nos faz rolar de rir até que, de repente, sem que ninguém dê conta, fica tímido. E o Escritor Leão, que ruge, bota banca e assusta a plateia. Ninguém pisca, ninguém se levanta. E a Escritora Monga, que começa com uma cara assustadora e, conforme vai falando, se transforma numa mocinha delicada. E muitos outros que serão descobertos a cada dois anos, numa cidade sem igual, chamada Passo Fundo.

                                                                                                                     Índigo   

 

Do lugar de onde falo faço-o com palavras escritas, meu trapézio onde ponho-me a fazer peripécias literárias na intenção de resgatar o humano de mim no outro e o humano do outro em mim.

Do lugar de onde falo sobre a 5a. Jornadinha, a literatura infantil não ocupa o palco, mas todas as filas da plateia. E ela não está sentada. Está vibrando em azul, verde, amarelo, vermelho. Ela está em milhares de crianças daqui e de lá e de mais além, compartilhando a magia e o suor de ler outras palavras e imagens impressas nos livros. Plateia e artista vestem-se de outra possibilidade de mundo. 

Nessa paleta circense onde se misturam desejos e personagens, e de onde fala a minha memória, um som sobrepõe o silêncio que antecede ao salto triplo no arame. O coro de milhares de crianças ressoa uma palavra que junta com outra e mais outra e outra mais para dizer do prazer de ler.

E o artista, do palco, olhos arregalados diante do Maior Espetáculo da Terra, permite à lágrima limpar a purpurina do olho para oferecer seu gesto singular: aplauso!

                                                                          Hermes Bernardi Jr.


Um evento composto de muitos eventos. Um evento pioneiro que há trinta anos ousou propor o incentivo à leitura, quando o país ainda desconhecia tal preocupação, tal prioridade. 

Ainda nos anos 90, quando iniciei minha atividade de curadoria do Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro (CBL) conheci Tania Rösing, quando ela veio a São Paulo receber no anfiteatro da Bienal no Ibirapuera o título de Amigo do Livro, então outorgado na cerimônia do Jabuti, justamente pela iniciativa inovadora das Jornadas Literárias de Passo Fundo, então completando seus primeiros dez anos de existência. Surpresa conhecer uma mulher corajosa, que, ao receber a justa homenagem, não poupou críticas ao pouco empenho ao incentivo à leitura em nosso Brasil, dirigindo-se sem receio ao ministro da Educação que então compunha a mesa da premiação. Ali, naquela noite descobri que, apesar de todas as dificuldades na luta pelo Brasil de leitores, Tania Rösing era, e segue sendo, uma aliada incansável, criativa, empreendedora e, principalmente, corajosa. Muitos foram desde então os encontros frutíferos e minha atenção redobrada com os eventos que sempre ocorrem a cada dois anos na República da Literatura no Brasil, Passo Fundo.

E foi em 2009 que tive a oportunidade de participar pessoalmente das Jornadas. Desde o momento em que pisei o solo de Passo Fundo até a subida da escada para tomar o avião que me levaria de volta a São Paulo, vivi um sonho e ao mesmo tempo uma maravilhosa realidade. As Jornadas são impecáveis. Organização, gentileza, carinho, vibração, participação, realização!! Tudo a ensinar como fazer a leitura acontecer e enraizar-se.

Como concluir? Simples: vida longa às Jornadas. Que venham os próximos trinta anos, plenos de novidades, plenos de ações. Parabéns Tania e equipe. O Brasil é Passo Fundo nestes dias abençoados.

                                                                                      José Luiz Goldfarb

 

Não conhecia Passo Fundo. Por consequência, nunca havia participado da Jornada Literária, sobre a qual havia lido e ouvido vários relatos, sempre acompanhados de adjetivos do tipo “fantástico” ou “maravilhoso”. Em 2009 pude conferir de perto e tirar minhas próprias conclusões. De fato, as informações que me chegaram estavam corretas. Convidado a ministrar um curso sobre gêneros jornalísticos – linha de pesquisa que desenvolvemos na Universidade Metodista de São Paulo (São Bernardo do Campo, SP), sob orientação intelectual do professor José Marques de Melo –, saí da Universidade de Passo Fundo impressionado com a movimentação que ali ocorre a cada dois anos. Independentemente do gigantesco número de pessoas que circulam pelo Circo da Cultura – como foi batizado o espaço onde ocorrem discussões e debates –, o que mais me chamou a atenção foi a forma harmoniosa com que a Jornada consegue reunir públicos de diferentes idades e formações, os quais vão desde pequeninos leitores até catedráticos e doutores de alto gabarito. Não tenho dúvidas de que, ao acompanhar de perto essa harmonia – inclusive na oficina ministrada, na qual tive como alunos tanto jovens graduandos em jornalismo, como professores universitários e até de ensino médio –, aprendi bem mais do que ensinei.

                                                                              Francisco de Assis

 

Todos que gostamos de literatura deveríamos nos reunir em torno de um bolo virtual e cantarmos parabéns para estes trinta anos. Ao longo de todo esse tempo, a Jornada ignorou o que poderia ser considerado impossível e provou a viabilidade de um encontro voltado para a discussão do livro. Teve a ousadia de criar um novo modelo para eventos com autores e leitores, uma iniciativa fortalecida pela ligação com professores - fundamentais para a disseminação do prazer da leitura. As Jornadas reforçam que o ciclo do livro só se completa com sua leitura e discussão. Não há literatura sem leitores, o livro só existe à medida que é lido e discutido, que cai na vida, que passa de mão em mão, de boca em boca. Sob a grande lona das Jornadas, o livro vai para o palco/picadeiro, é exposto, caminha na corda bamba, ensaia seus saltos mortais, suas acrobacias e seus voos. Diante do mais que respeitável público, expõe suas qualidades, suas limitações e sua necessidade de ser lido e discutido. É nesse amigável confronto que o livro se aquece, se exercita e ganha musculatura.

                                                                                             Fernando Molica  

 

O trabalho prévio com as obras, a intensa convivência entre leitores, educadores e autores, a realização em uma cidade-polo regional acolhedora e a organização com alta eficiência e destacado calor humano são alguns dos atributos que fazem das Jornadas Literárias de Passo Fundo o maior e mais relevante encontro de formação de leitores do Brasil. Articuladas por uma atuante universidade regional - o que dá mais liberdade de escolha dos autores convidados – as Jornadas surpreendem por produzir uma ambiência capaz de, a um só tempo, aproximar e disseminar a literatura e suas conexões com outras linguagens formadoras do ser humano integral, tendo como princípio a satisfação da descoberta.

                                                                                                  Flávio Paiva 

 

A Jornada de Literatura é um evento único que tive a honra de participar como músico/compositor, palestrante e ministrante de oficina. Foram momentos intensos de envolvimento da comunidade nos diversos projetos culturais que estavam sendo realizados durante o evento. Tenho ótimas lembranças de todas as atividades, algumas delas muito marcantes para minha trajetória como a sessão de autógrafos do livro Música eletrônica, a apresentação do grupo Apocalypse, que completou 25 anos e recebeu o troféu Vasco Prado, e o interesse de alunos e estudantes nos assuntos sobre música e tecnologia. A Jornada é um evento exemplar para o Brasil não só pela importância para a formação de leitores, mas pela paixão e dedicação que é realizado pela universidade e a comunidade de Passo Fundo.

                                                                                          Eloy Fritsch

 

Eu me alfabetizei durante a ditadura militar brasileira. Cantei o Hino Nacional todos os dias, de 1969 até 1976, sem entender muito bem o porquê de tudo aquilo. Havia muita ordem, progresso e truculência. Eu me sentia mais internado para treinamento do que propriamente aprendendo algo civilizado naquela escola pública, onde, até os quatorze anos, ninguém me convidou, pediu ou mandou ler nada. Minhas opiniões pessoais sobre o poder público, a escola e a leitura foram, durante muito tempo, as piores possíveis... Esse tempo ruim passou, a democracia chegou e eu acabei encontrando os livros, me salvando através deles. E curiosamente foi em Berlim, em 1998, com uma bolsa literária concedida pelo governo alemão, que ouvi falar de Passo Fundo pela primeira vez: que lá se levava leitura a sério. Criado para desconfiar, não acreditei. Pouco mais de uma década depois, minha presença na cidade (primeiro como autor do projeto Livro do Mês e depois numa das edições da Jornada), me mostraram que estava eu estava errado e que o comprometimento da gente da educação e das letras em geral pode tornar o livro apreciado e imprescindível não apenas numa escola, mas numa cidade inteira. É quase inacreditável de tão bonito. A gente não está acostumado a isso. É ou não é?

                                                                         Fernando Bonassi

 

Um dos eventos mais sensacionais que encontrei na minha vida de escritor foi a Jornada Literária de Passo Fundo. É uma experiência inesquecível participar de perto daquele encontro trepidante e surpreendentemente popular, que durante uma semana enche as arquibancadas de um circo imenso de gente interessada em livro e em leitura. Da valorização da literatura brasileira, através do prestígio do Prêmio Zaffari & Bourbon, ao estímulo à leitura promovido pela Jornada às crianças, passando pelas mesas-redondas, encontros e debates sobre temas críticos da vida cultural brasileira, a Jornada vem cumprindo um papel fundamental na luta permanente por um país que leia mais e pense mais.

                                                                                          Cristóvão Tezza

 

Las Jornadas Literarias de Passo Fundo, solo comparables, según mi ya larga experiencia, a la Feria del Libro de la Habana, le devuelven a un tipo de acontecimiento cultural y literario que con demasiada frecuencia ha sido banalizado (especialmente en la vieja Europa), su genuino sentido y su estimulante sabor de fiesta popular, de encuentro y celebración. Especialmente remarcable y digna de elogio me parece la atención prestada a los niños y a los jóvenes en las Jornadinhas, que a pesar del diminutivo son lo más grande del evento; los encuentros de autores de literatura infantil con numerosos y festivos grupos de niñas y niños ansiosos por participar y hacer preguntas, en los que tuve el privilegio de tomar parte, fueron una de las experiencias más gratificantes de mi carrera de escritor. En esta época de exacerbada mercantilización de la cultura, las JLPF son un oasis de autenticidad en el que la alegría de vivir confluye con la alegría de leer.

                                                                                            Carlo Frabetti

 

 Participar da Jornada Literária de Passo Fundo foi, para mim, a experiência deslumbrante e um tanto assustadora de ser conduzido, por um grupo de jovens eficientes e atenciosos, de um tenda para outra, em cada qual delas eu me via diante de um oceano de rostinhos infantis ou adolescentes, cheios de excitação, fazendo um barulho atroador que era substituído por um silêncio expectante no momento em que empunhávamos os microfones e começávamos a falar.  Muitos desses meninos e meninas traziam na mão um livro meu, o que fez um cafuné na minha autoestima e ao mesmo tempo me esmagou de responsabilidade. Conversei, recitei, cantarolei, respondi perguntas, e meus colegas de mesa faziam o mesmo.  Enquanto um colega falava, cochichávamos uns para os outros o nosso espanto e nossa satisfação.  Tinha tenda azul, tenda vermelha, tenda amarela... uma sucessão de pequenos Maracanãs da literatura que reforçaram minha crença no futuro da literatura e, por extensão, no futuro de todos nós.

                                                                              Bráulio Tavares

 

Conocer Passo Fundo y vivir la experiencia de las Jornadas de Literatura que allí se celebran supuso para mí la constatación de que acercar los libros y las prácticas lectoras de manera `informal´ y lúdica no era una utopía, sino una feliz realidad. Tampoco imaginé que una ciudad, precisamente no de las más populosas ni conocidas de Brasil (al menos desde el exterior) fuera capaz de albergar un evento de esa magnitud. Todos los asombros se aclararon cuando conocí a las personas, y a quien coordinaba a todas ellas, que hacían posible todo ello. Pude confirmar así, una vez más, que detrás de las acciones importantes hay siempre gente sobresaliente. Cuando yo tuve la suerte de compartir esta fiesta en torno a la lectura ya se habían celebrado muchas ediciones anteriormente y, sin embargo, el espíritu de los organizadores parecía ser el de quienes acaban de empezar, rebosando en ellas ilusión, emprendimiento y afán de superación que, sin duda, han sido las cualidades que han permitido prolongar en el tiempo esta actividad.

                                                                          Ángel Suárez Muñoz 

 

Sabe por que a Jornadinha Literária de Passo Fundo se solidificou como um excelente programa de formação de leitores no cenário do livro e da leitura? Porque esse programa não acontece apenas durante a Jornada Literária, mas durante o ano inteiro. Começa com a escolha dos autores que irão participar da edição seguinte e passa por um preparo incrível dos alunos. Diversas leituras, debates e perguntas antecedem a chegada do autor. Fiquei profundamente emocionada ao me deparar com quatro lonas coloridas que abrigavam a Jornadinha, todas recheadas de crianças num dia e jovens no outro. Lonas repletas de leitores curiosos. Brilho nos olhos e perguntas escapando entre uma história e outra, entre sonhos e segredos escondidos na relação entre autor e leitor. Sonho de consumo conversar com os leitores bem de pertinho e com todos tendo lido os livros. No meio de tantos leitores um deles me deu de presente uma ideia para uma história sem nem saber. A ideia acabou virando livro: Odemar!, que nunca poderia ter acontecido se não fosse por este encontro mágico de leitor e escritor e por este evento incrível, que proporciona esse encontro e forma leitores apaixonados por literatura.

                                                                        Anna Claudia Ramos  

 

En las Jornadas aprendí mucho, viví una experiencia linda y le doy una gran corona a su majestad, la doctora Tania, qué MUJER mas valiosa, sacar adelante estas trinta Jornadas Literárias de Passo Fundo, sospecho que cada año debe tener  "un vía crucis" mas o menos pesado para lograr IMPOSIBLES, pero ella con su fuerza, su energía creadora logra lo imposible.

EJEMPLAR y UNICA en el mundo de la academia y de la promoción de la lectura.

Cultiva un trabajo de excelencia, no creo en las perfecciones, creo en las personas; y para mí, Tania es una persona muy querida, generosa y creativa. Se ha preocupado  de generar oportunidades entretenidas para los profesores. El espacio cultural es preciosísimo y se aprende hondamente. Passo Fundo es una fiesta de riqueza cultural, vida en cada esquina, las calles, las carpas, nacimiento de nuevos lectores.  

Felicitaciones a todo su equipo. Muy agradecida de haber participado de esta experiencia. Amé, adoré y muito brigado por el hermoso Corazao brasileiro!

 

                                                                                  Constanza Mekis

 

A Jornada Literária de Passo Fundo é uma experiência sem igual. Esta afirmação pode parecer um lugar-comum, ou frase feita para alegrar seus bravos realizadores. Mas é a única afirmação que posso fazer, como autor, depois de participar desse incrível evento cultural: não tem igual.

E por que não tem igual? Porque, tendo participado de inúmeros eventos do calendário literário brasileiro, jamais encontrei - sem demérito a todos os outros - uma ligação tão fértil entre autor e público. Qual o segredo da Jornada?

É simples: o imenso público, principalmente de estudantes, que lota as tendas desse grande circo literário, não está ali como quem se estatela diante da TV, para se distrair passivamente com atrações quaisquer. O público da Jornada de Passo Fundo é o mais ativo do Brasil. E o mais culto, pode-se dizer, porque se prepara para o encontro. Sabe com quem está falando e sabe o que quer saber.

Já tinha ouvido falar de tudo isso antes de pôr os pés em Passo Fundo. Mas foi só em plena Jornada que entendi aquilo que tanto me diziam: eu falava genericamente de meus livros, quando uma estudante bem jovem (17 anos?) me perguntou sobre um recurso narrativo usado no livro Meu nome não é Johnny. Citando trechos e determinados intervalos de páginas, ela queria saber como eu construíra uma alternância vertiginosa entre instantes "noturnos" e "solares" na linha dramática da história.

Eu disse a ela que não tinha a menor ideia, porque minha percepção nunca chegara ao ponto alcançado por ela. Minha única certeza era a de que, a partir daquela intervenção de extrema sensibilidade, eu agora tinha a certeza de que o autor não sabe o que escreveu antes de se encontrar com seu leitor.

Viva a Jornada Literária de Passo Fundo!

                                                                                  Guilherme Fiuza